Festividades

 

Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Rosário do Monte da Franqueira

Anualmente, no segundo Domingo de Agosto, cumpre-se a tradição que há décadas é denominada PEREGRINAÇÃO ARCIPRESTAL.

Uma ou mais semanas antes da sua realização, a imagem peregrina da Senhora do Rosário, resplandecente no seu andor sai, conduzida pelos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, com destino a uma Paróquia Barcelense, onde, por uma semana, residirá.

Terminadas as visitas paroquiais, a Imagem Peregrina chega a Barcelos, onde é acolhida e transportada, em Procissão de Velas, através de várias ruas da cidade, até à Igreja Matriz, onde permanecerá até ao dia da Peregrinação

Chegada a data, o segundo Domingo de Agosto, pelas 08H00, o andor com a imagem de Nossa Senhora, carregado a ombros, deixa a Igreja Matriz de Barcelos e, acompanhado, a pé, pelas Confrarias das Paróquias do Arciprestado e por milhares de crentes que em uníssono entoam cânticos de louvor, ruma ao Seu Santuário.

Ao passar o rio Cávado, sensivelmente a meio da ponte românica, soa a sirene dos Bombeiros de Barcelinhos, um pranto que vai aumentando até terminar o tapete de flores, no fim do top. O andor é transportado sobre o belo e trabalhado tapete que a população de Barcelinhos, para prestigiar a passagem da Senhora, tem a canseira de anualmente preparar.

A chegada da Peregrinação ao recinto do Santuário, onde as Entidades convidadas aguardam a Senhora, é inimaginável. São milhares de fiéis a entoar canções religiosas, é o colorido das bandeiras e opas das Confrarias Paroquiais, são os meninos das cruzadas e os jovens escuteiros, é a paisagem que se desfruta, enfim, é a grandiosidade da mistura festiva do religioso com o profano, no mesmo espaço.

O andor é colocado junto de um palco, especialmente montado para a realização da Eucaristia Campal, e S. Ex.ª Rev., o Senhor Arcebispo Primaz ou um dos seus Bispos Auxiliares, inicia a celebração.

Uma vez esta terminada, e após os agradecimentos apresentados pelo Juiz da Mesa da Confraria, a imagem de Nossa Senhora, acompanhada do esvoaçar de milhares de lenços brancos empunhados pelos presentes que entoam o cântico do Adeus à Virgem, recolhe ao Seu Santuário.

Com o encerramento das cerimónias religiosas, os peregrinos reúnem-se em confraternização pelo parque de merendas existente em redor do Santuário onde, partilhando farnéis, convivem até ao final do dia em verdadeiro ambiente familiar, junto da Rainha das Famílias.

 

 

Festa das Cruzes - Anualmente entre 1 e 3 de maio

 

É a primeira grande romaria do Norte, um misto de animação, luz, cor e alegria. As Festas de Barcelos e do seu concelho, dos Barcelenses e forasteiros, são promovidas pela Câmara Municipal e organizadas pela Empresa Municipal de Educação e Cultura.

 É inegável que as Festas das Cruzes são, entre as festas populares minhotas, as mais famosas e mais conhecidas, sendo por isso uma das romarias mais concorridas e típicas do Minho e um dos mais importantes acontecimentos da Vida de Barcelos.

 A sua origem remonta ao início do século XVI, onde no ano de 1504, sob o reinado de D. Manuel I, numa sexta-feira, dia 20 de Dezembro, por volta das 9 horas da manhã, quando o sapateiro João Pires regressava da missa da Ermida do Salvador, ao passar no campo da Feira, observou na terra, uma cruz de cor preta. Como não quis guardar só para si aquilo que considerou ser um sinal sagrado, alertou o povo, que depressa veio ao

local.

 “A cruz apareceu sob a forma de uma nódoa negra que ia crescendo até se formar uma cruz perfeita em que a cor não ficava só à superfície mas penetrava em profundidade na terra – por mais que se cave, sempre se acha.”

 Este facto, que recorda a “Cruz do Senhor Jesus”, fez nascer a devoção ao “Senhor da Cruz”. Primeiramente, surgiu um cruzeiro em pedra, em seguida uma ermida e, dois séculos mais tarde, foi construído um magnífico templo, que hoje é o epicentro da Festa das Cruzes.

 Até ao século XIX, as festas tinham essencialmente um cariz religioso; aí acorriam centenas de romeiros, não só da região de Barcelos, mas de todo o país e da vizinha Galiza. No Século XX, à essência religiosa foram-se adicionando elementos de características profanas, bem visíveis no aspeto lúdico: carrocéis, barracas de diversão, corridas de Cavalos, espetáculos de circo, fogo de artifício, cortejos etnográficos, torneios e concursos, entre muitos outros acontecimentos de natureza popular.

 Vinham a pé, descalços, em romaria, cantando e dançando, com a condessa à cabeça onde transportavam o farnel.

 Esta era a ocasião, quase única do ano, em que as pessoas das freguesias rurais se deslocavam à cidade e aproveitavam a Festa das Cruzes como pretexto de encontro para os mais velhos, que utilizavam a Feira para fazer negócios. Cumpriam também promessas e divertiam-se. Para os mais novos, estes dias serviam para arranjar “namoricos”, “folgar” e marcar novos encontros que muitas vezes davam em namoros e casamentos.

 Tal como no passado, as Festas das Cruzes mantêm grande importância a nível económico, cultural e social, e por isso continuam a despertar o interesse e a curiosidade de muitos visitantes, especialmente de espanhóis.

 É a importância histórica de Barcelos, a sua herança cultural, o desenvolvimento económico, a proximidade física e/ou afetiva com outras gentes e locais, que fazem com que A FESTA DAS CRUZES continue a ser um momento de identidade e diferenciação do concelho de Barcelos.

 

 

Procissão do Senhor dos Passos

Cortejo religioso que se realiza sempre no segundo domingo da Quaresma. Reconstitui a Caminhada de Cristo até ao Calvário numa tentativa de evocar a narrativa bíblica da paixão e do encontro de Jesus com Sua Mãe, na Via-Sacra.

Sai da Igreja Matriz um andor com o Senhor dos Passos, que percorre as artérias principais do centro da cidade, assim como outrora Jesus percorreu as de Jerusalém.

O encontro dá-se tradicionalmente no Largo da Porta Nova, em frente ao templo do Senhor da Cruz, de onde sai o andor de Nossa Senhora das Dores.

Mais acima, junto da estátua ao bombeiro voluntário, o cortejo para, para se evocar o gesto da Verónica, aquela mulher corajosa que se aproximou do Condenado para lhe limpar o rosto.

O encerramento da Procissão faz-se também em frente do templo do Senhor da Cruz, onde o senhor Arcebispo, que a ela preside, se dirigirá aos fiéis e fará a despedida abençoando-os.

 

 

Procissão das Endoenças

 

“Endoenças", que significa "indulgências", é uma tradição religiosa com mais de trezentos anos, em que são perdoados os pecados depois da penitência pascal.

É organizada uma procissão com o intuito de visitar os templos mais chegados, uma manifestação de caráter religioso que reúne todos os irmãos desfilando, piamente, com as Bandeiras da Casa. Em todas as igrejas visitadas é feita uma adoração ao Santíssimo Sacramento, sempre em profundo recolhimento.

Salutarmente somos obrigados a uma viagem à memória dos hábitos da comunidade barcelense, para recordar, que nessa quinta-feira Santa todas as famílias saem à rua com a finalidade de “fazer a visita às igrejas”, e raro é o grupo familiar que não aproveite esse dia para, desde a Matriz, passando pelo Senhor da Cruz, Terço, Santo António e acabar na Misericórdia, cumprir esse sentimento que a solenidade da Semana Santa impõe.

A par do caráter piedoso que revestia esse peregrinar, será agradável reviver essa carismática noite, onde todo o mundo passava pelos pasteleiros da Rua Direita, para gastar uns trocos e saborear um saquinho de amêndoas.

 

 

Romagem a D. António Barroso (setembro)

Todos os anos, no início do mês de Setembro, o Grupo de Amigos de D. António Barroso de Barcelos organiza uma romagem em memória do “heroico infatigável Missionário”.

Bispo missionário, António José de Sousa Barroso nasceu a 5 de novembro de 1854, em Remelhe, Barcelos, e faleceu a 31 de Agosto de 1918, no Porto. Aos 16 anos realizou o exame de instrução primária, ingressando no seminário de Braga e depois no Real Colégio nas Missões Ultramarinas de Cernache de Bonjardim. Em 1879 foi ordenado presbítero e no ano seguinte partiu para Angola, onde fundou a Missão de S. Salvador do Congo. Ficou célebre entre os missionários e a população negra do Congo.

Em 1891 foi eleito bispo titular de Himéria, trabalhou pastoralmente na província de Moçambique até 1897, sendo para muitos o responsável pelo ressurgimento missionário na colónia. Aí inaugurou a missão de S. José de Changuene (1892) e fundou em Lourenço Marques, capital da província de Moçambique, o Instituto de Ensino Rainha D. Amélia, em 1893. Nesta nova fase da sua vida, foi incansável no trabalho das missões, como se pode depreender do seu trabalho intitulado Padroado de Portugal em África, de 1894. Entre 1897 e 1899 foi colocado na Índia como bispo de Meliapor, onde fundou, com padres do clero secular, as missões de Languene, Maputo, Chapanga e Angos.

Em 1898, foi nomeado bispo da diocese do Porto, devido ao falecimento do cardeal D. Américo, transferindo-se em 1899. Nesse mesmo ano estaria também na origem do projeto para a criação do Pontifício Colégio Português em Roma, participando nas reuniões decisivas para a sua fundação.

A bondade e a generosidade do bispo rapidamente se tornaram evidentes, com elas “combatendo” as insídias que grassavam na diocese. Deparou também com uma grande falta de instrução religiosa no povo. Assumiu uma atitude frontal perante a lei de separação do Estado e da Igreja, de 1911, o que lhe valeu o exílio e abandono da diocese até 1914. As suas obstinadas transgressões às leis anticongregacionistas levaram-no mais uma vez ao exílio em 1917. Em 1918 regressou à diocese do Porto como uma das mais amadas “figuras da mitra Portuense”, onde acabaria por falecer algum tempo depois. Os seus conterrâneos erigiram uma estátua em sua memória, em 1931, por altura de um Congresso/Exposição de Evocação e Propaganda Missionária.
O bispo missionário é, atualmente, reconhecido como um dos melhores exemplos a seguir em terras de missão. Muitos missionários têm a sua imagem como símbolo vivo da bondade, generosidade e da boa evangelização. Dignas de memória são também as suas preocupações sociais, de que é exemplo a Assistência Nacional aos Tuberculosos, instituição que fundou em 1900.

 

 

Festa de S. Martinho (11 de novembro)

O dia de S. Martinho celebra-se a 11 de novembro, data em que este Santo, falecido dois ou três dias antes, em Candes, no ano de 397, foi a enterrar em Tours, França.

S. Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro, fizeram dele um dos santos mais queridos da população.

São Martinho é também santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados, dos cavalos, dos gansos e orago(   santo ou anjo a quem é dedicada uma localidade) de uma série infindável de locais (São Martinho de Alvito, São Martinho de Galegos, São Martinho de Vila Frescaínha).

O facto de o seu dia coincidir com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo esteja associada aos magustos e à prova dos vinhos. Daí a existência de muitos provérbios:

  • No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
  • No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
  • No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
  • No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho.
  • No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho.
  • Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.

 

Festa de nossa senhora da saúde - monte Fralães  - Barcelos

Esta festa celebra-se anualmente no dia da Assunção de Nossa Senhora, 15 de agosto, e é precedida de uma peregrinação organizada rotativamente a partir de paróquias vizinhas. A procissão realiza-se da parte de tarde e o percurso é pequeno, limitando-se a ir dar a volta ao atual cruzeiro. Apesar disto, conta com um elevado número de romeiros.